
Sagratino X Tannat
11 de julho de 2020
Teroldego
11 de julho de 2020Os ovos de cimento, uma inovadora alternativa na vinificação, têm ganhado destaque entre os produtores de vinho, especialmente aqueles que seguem práticas biodinâmicas. Este método, que remonta a uma longa evolução dos reservatórios de fermentação, possui suas raízes em materiais como argila, barricas de madeira e tanques de aço. No entanto, o ovo de cimento se destaca por suas características únicas que o tornam especialmente eficiente para a fermentação.
Uma das principais vantagens dos ovos de cimento é o seu formato. Com uma superfície interna lisa e sem cantos, esses recipientes possibilitam uma movimentação fluida dos líquidos. Essa configuração favorece o que muitos enólogos chamam de "vórtice" natural. Durante o processo de fermentação, as leveduras ativas, ao fermentar o mosto, produzem bolhas de gás que fazem com que o líquido se mova. Essa dinâmica resulta na formação do vórtice: o vinho mais leve sobe, enquanto o vinho mais denso e frio desce, permitindo que as borras permaneçam em suspensão. Este fenômeno é crucial, pois contribui significativamente para a textura e o sabor do vinho.
Os vinhos fermentados em ovos de cimento tendem a apresentar complexidade e riqueza de sabores, resultado do contato contínuo com as borras. Diferente dos barris, que são agitados semanalmente, ou dos tanques de aço inoxidável, que recebem battonage duas vezes por semana, os ovos de cimento costumam ser agitados com menos frequência, geralmente apenas uma vez ao mês. Essa abordagem delicada permite uma integração mais sutil dos sabores.
Em suma, os ovos de cimento representam uma prática tradicional adaptada às necessidades contemporâneas dos enólogos. A combinação de tecnologia e respeito pelas tradições vinícolas resulta em vinhos que não apenas celebram o terroir, mas também a dedicação dos produtores à qualidade e inovação. Como tal, os ovos de cimento ajudam a moldar o futuro da produção de vinhos, unindo passado e presente em cada garrafa.